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GEOLOGIA E FLORA - A Serra

  
    
 
  

A Serra da Arrábida

Muitos foram reconhecidos por eminentes personalidades, como o celebrado e viajado poeta inglês Southey, que escreveu "Nunca contemplei panorama tão sublime e que, variando constantemente à medida que avançamos, sempre nos ofereça alguma nova beleza", e do botânico suíço Robert Chodat, que considerou a flora da serra como "a mais surpreendente que é possivel ver na Europa". Muitos outros escritores, poetas e homens de ciência, nacionais e estrangeiros, têm feito o louvor da Arrábida, mas basta indicar só mais um nome: o do monge franciscano Frei Agostinho da Cruz, cantor místico da serra, que conquistou lugar alto na poesia portuguesa. Ali viveu, solitário, durante 14 anos numa choupana e depois numa gruta, até quase à hora da morte em 1619. Também Sebastião da Gama afirmou: "A serra tem o ar de uma onda que avança impetuosa e subitamente estaca e se esculpe no ar; é uma onda de pedra e mato, é o fóssil de uma onda"…

Na orla meridional da península que tem o seu nome, a serra da Arrábida estende-se do morro de Palmela até à agulha do Cabo Espichel, num comprimento de 35 km e largura média de 6 km. A estrada sobranceira ao oceano, para descer ao Portinho embrenha-se na Mata do Solitário, trecho único em Portugal de floresta primitiva com influências mediterrâneas e atlânticas.

No dizer de CHODAT (in RIBEIRO 1963) é dos últimos vestígios da floresta pré-glaciária no Sul da Europa. A mata é cerrada, com arbustos de folhas sempreverdes que, aqui, tomam formas gigantescas. As árvores (sobreiro - Quercus suber, azinheira - Quercus rotundifolia, alfarrobeira - Ceratonia siliqua, carvalho-cerquinho - Quercus pyrenaica) são raras. Dominam espécies arbustivas (medronheiro - Arbutus unedo, aroeira - Pistacia lentiscus, aderno - Phillyrea latifolia, murta - Mirtus communis, folhado - Virburnum tinus, zambujeiro - Olea silvestris, e algumas urzes arboreas - Erica sp.) que às vezes têm porte arbóreo. 0 maciço vegetal é cerrado; as trepadeiras (Smilax nigra) e silvas (Rosa canina) entrelaçam-se de tal forma que alguns troncos se conservam de pé por não haver espaço para cairem.

No Portinho, a amenidade e luminosa transparência das águas contrastam com a aspereza das escarpas erguidas quase a pique. As grutas são mais um dos seus grandes atractivos, especialmente a Lapa de Santa Margarida, à qual o célebre escritor dinamarquês Andersen aludiu nestes termos: "É uma vasta caverna de estalactites sobre as claras águas do oceano; a sua grandiosidade excede toda a descrição... Constitui uma verdadeira igreja de rocha, com sua cúpula fantástica, tubos de orgão, colunas e altares". Outra é a Gruta da Figueira Brava que forneceu os últimos vestígios do Homem de Neanderthal na Europa

Regressando à estrada que serpenteia pela montanha, depara-se, a meia encosta, o Convento Novo, construído em 1542 por D. João de Lencastre, primeiro duque de Aveiro, que mantém viva toda a alma de devoção que o ergueu e habitou desde o sec. XVI até 1837.

Na extremidade da península de Setúbal, e num dos pontos mais a ocidente do continente europeu, o cabo Espichel, cortado quase a pique sobre as vagas do Atlântico, é o grandioso remate de toda esta sonhadora região. Um estranho conjunto de construções desperta curiosidade ao visitante. É o Santuário de Nossa Senhora do Cabo, característico e importante no âmbito da arquitectura popular portuguesa. No templo são dignas de nota valiosas pinturas. Na Ermida da Memória, sobranceira ao Oceano, preciosos azulejos historiam a fundação do Santuário.

Info retirada de Departamento de Geologia da Fac. Ciências da Univ. de Lisboa

 

 

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