Introdução
As aranhas (ordem Araneae)
constituem um grupo de invertebrados predadores
com cerca de 35.000 espécies conhecidas em todo o
Mundo e 500 no nosso país. Estes números,
aparentemente elevados, deverão estar ainda longe
dos reais, pois a aracnologia carece de
investigação mais alargada, tanto no nosso país
como no Mundo, nomeadamente em zonas remotas como
as florestas tropicais. Elas ocorrem em todos os
habitats de todos os continentes, excepto no Antárctico, sendo sempre predadores de vários
grupos animais, principalmente insectos.
O grupo dos aracnídeos
é especialmente importante pois, como
acontece com os vertebrados predadores, também eles
se encontram no topo da cadeia alimentar,
constituindo bio-indicadores por excelência. Sendo
as aranhas predadores, as alterações que ocorram
no ambiente e, consequentemente, nas plantas e
insectos que destas se alimentam, vão-se reflectir
nas espécies de aranhas existentes e respectivas
abundâncias. Em relação aos vertebrados
predadores, apresentam as vantagens de o número de
espécies e indivíduos ser sempre bastante superior
e de o seu território ou área de acção serem
bastante menores, de forma que permitem uma maior
precisão na determinação do estado ambientar de
determinadas áreas.
Sendo temidas
devido ao seu veneno, muito poucas espécies podem
ser acusadas de ter causado a morte de seres
humanos. Na zona da Arrábida apenas se encontram
algumas espécies que poderão, se levadas a isso,
causar febres ligeiras e morte de tecidos em volta
da zona afectada. Um exemplo serão as várias
espécies de Cheiracanthium.
O Parque Natural
da Arrábida possui um elevado número de habitats
que vão desde zonas urbanas, até áreas em estado
praticamente inalterado, como acontece nas manchas
de mata mediterrânea. Este grande número de
habitats causa uma igual variedade de todos os
grupos animais, incluindo os arancídeos como o
atestam as 30 famílias e quase 100 espécies
identificadas na área, incluindo várias espécies
únicas para o nosso país.
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