Introdução
A região atravessada pelo rio Tejo e o seu estuário tiveram uma
evolução complexa ao longo do tempo, resultante da interacção de
movimentos tectónicos da crusta terrestre e de oscilações do nível
do mar. Condições climáticas diversas, passando de tropicais húmidas
a desérticas e a temperadas frias fizeram com que ao longo dos últimos
milhões de anos ali tenham vivido sucessivas comunidades de animais
e plantas ricas e diversificadas.
Podemos começar a história da Bacia do Baixo Tejo há cerca de 80
milhões de anos (Ma) quando diversos vulcões emitiam cinzas e
lavas na região de Lisboa-Mafra. Os testemunhos dessa actividade
ainda hoje se podem observar nessa região. A esses fenómenos está
associada a instalação do maciço ígneo de Sintra onde predominam
granitos, dioritos e sienitos.
A partir de então, distensão da crusta terrestre fez com que a área
correspondente à actual Bacia do Baixo Tejo começasse a afundar-se
ao longo do bordo Sul de uma extensa falha (falha do Tejo) que, não
só determinou o percurso do rio, como é responsável pela marcante
diferença de relevo entre as suas margens. A margem direita é
bastante mais elevada que a esquerda onde os campos de aluvião
constituem a fértil lezíria ribatejana. Diversos sismos, um dos
quais (1909) destruiu a vila de Benavente, estão relacionados com
movimentos nessa falha.
Com esse afundamento progressivo foi-se formando uma extensa bacia
de recepção das águas e dos sedimentos trazidos desde zonas longínquas.
Das cordilheiras montanhosas do interior do território chegaram os
calhaus rolados de granito, xisto, quartzito e outros que hoje
encontramos nos sedimentos do Baixo Tejo.
Info
retirada de
Departamento de Geologia da Fac. Ciências da Univ. de
Lisboa |