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Azeitão, uma região a descobrir

azeitao.net

 

 

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Louvação do Vinho

"Se o pão é o símbolo do que o homem precisa, por seu lado o vinho é o símbolo da superabundância da qual também temos necessidade. Ele é sinal da alegria, da transfiguração da criação. Tira-nos da tristeza e do cansaço do dia a dia e faz do estar juntos uma festa. Alegra os sentidos e a alma, solta a língua e abre o coração; e transpõe as barreiras que limitam a nossa existência".

Cardeal Joseph Ratzinger, perfeito para a Congregação da Doutrina da Fé, em 13 de Outubro de 1977, em Fátima.

"Uma vez que ignoras o que te reserva o dia de amanhã,
procura ser feliz, hoje.
Toma uma ânfora de vinho, senta-te ao luar e bebe,
Lembrando que, talvez amanhã, a lua te procurará em vão.
"

Omar Khayyam, poeta persa do século XII

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A História

Já, era 1185, quando Palmela recebeu o seu primeiro foral, dado por D. Afonso Henriques, neste se falava da vinha e do vinho na região, o que confirma a sua tradição vitivinícola. Na Arrábida ninguém sabe ao certo quendo começou o cultivo da vinha, mas sabe-se que os Fenícios e os Gregos trouxeram do Próximo Oriente algumas castas de uvas que plantaram, por considerarem o clima ameno e as terras das encostas da Arrábida boas para o cultivo da vinha.

Em 1831, a Inglaterra importa vinho de Portugal e o rei Ricardo II menciona a importação de vinho da vila de Setúbal. Embora já entes, em 1675, existamreferências à exportação de 350 barricas de Moscatel de Setúbal. Em 1868, num estudo ampelográfico feito na região de Azeitão foram descritas 19 castas de uvas brancas e 10 castas de uvas tintas para a produção de vinho. Ferreira Lapa, em 9 de Setembro de 1875, na sua 6ª conferência sobre vinhos refere "a notável e importante comarca vinhateira de Setúbal, a região privilegiada do moscatel, com reputação na Europa e nome feito em Portugal".

A Península de Setúbal é, pois, uma região pioneira na elaboração de produtos vinícolas de reconhecida qualidade, como é o caso do Moscatel de Setúbal, vinho generoso cuja área produtiva se encontra delimitada desde 1907, não obstante a sua produção ser bastante anterior.

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As Vinhas

VinhasRelativamente às castas, verifica-se hoje que o Castelão Francês ("Periquita") constitui mais de 95% do encepamento das castas tintas na região de Palmela e aproximadamente 75% da região da Arrábida. Relativamente ao encepamento das castas brancas, em Palmela predomina a Fernão Pires e na Arrábida a Moscatel de Setúbal. É de referir, no entanto, que nos anos 70, alguns produtores movidos, talvez, por uma necessidade de diversificar e procurando ir de encontro à evolução do gosto do consumidor, incrementaram de forma significativa na região, o Cabernet Sauvignon, o Merlot e o Chardonnay.

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Os Vinhos

Os Vinhos da Península de Setúbal, cuja qualidade é certificada, podem ostentar 3 denominações, DOC Setúbal, VQPRD Palmela, e Regional Terras do Sado, a cada uma correspondem castas e áreas geográficas específicas.

DOC Setúbal - Os vinhos com direito à denominação de origem Moscatel de Setúbal são produzidos numa região delimitada pelos concelhos de Palmela, Setúbal e parte do concelho de Sesimbra. Existem dois tipos de Moscatel de Setúbal, o branco e o roxo, elaborados, respectivamente, a partir das castas Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo. De acordo com a legislação as designações tradicionais "Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo" só podem ser usadas quando estas castas contribuirem com, pelo menos, 85% do mosto utilizado (67%, no caso do "Setúbal"). Os vinhos só podem ser engarrafados após um estágio mínimo de 24 meses.

Moscatel Roxo - Tem uma produção muito limitada e por isso é menos conhecido do que o branco, tem o aroma mais seco e complexo, mas não menos rico. À prova excede as expectativas criadas pelo aroma. Ferreira Lapa chamou-lhe "a quinta essência dos moscatéis". Envelhecem nobremente.

Moscatel de Setúbal - Este vinho licoroso é caracterizado pelas suas especiais qualidades de aroma e sabor, peculiares e inconfundíveis, resultantes das castas e das condições edafo-climáticas. De cor dourada que vai do topázio claro ao âmbar, e aroma floral exótico com toques de mel, tâmaras e laranja.

VQPRD Palmela - Esta região abrange todo o concelho do Montijo, Palmela, Setúbal e parte do concelho de Sesimbra. Estende-se pela planície arenosa confinando com o Alentejo. Produz vinhos tintos, predominantemente a da casta Castelão Francês, encorpados, de cor intensa e aroma cheio onde predominam os frutos secos e as especiarias. Com o envelhecimento amaciam tornando-se mais finos. Os vinhos brancos, elaborados com predominância da casta Fernão Pires, têm uma boa estrutura e um aroma elegante e frutado.

UvaAs casta tintas recomendadas são o Castelão Francês (Periquita), com um mínimo de 67%, Alfrocheiro-Preto, Bastardo, Cabernet-Sauvignon e Trincadeira-Preta. Os vinhos tintos só podem ser comercializados após um estágio mínimo de 12 meses. As casta brancas recomendadas são a Fernão Pires, Arinto, Moscatel de Setúbal, Moscatel de Bago Miúdo, Moscatel Roxo, Síria, Rabo de Ovelha, Tamarez e Vital.

Vinho Regional Terras do Sado - A área geográfica de produção do vinho regional Terras do Sado abrange todo o distrito de Setúbal.

A grande diversidade e qualidade das castas que podem ser utilizadas na elaboração destes vinhos, leva a que se produzam vinhos regionais de destacada qualidade e diferentes características, que podem ir ao encontro de uma vasta gama de preferência dos consumidores.

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A Certificação

O controlo da genuinidade e qualidade dos vinhos das referidas denominações, assim como a sua certificação e promoção comercial, são da competência da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal (CVRPS), associação de direito privado, que agrega os vitivinicultores de vinhos de qualidade produzidos no distrito de Setúbal. Este controlo consta do cadastro de todas as parcelas de vinhas voluntariamente inscritas, e a consequente verificação da sua aptidão para produzirem aqueles vinhos, o acompanhamento da sua vinificação, armazenagem e engarrafamento, assim como a sua análise fisico-química, e apreciação organoléptica que é efectuada por uma câmara de provadores, que determina se os vinhos apreciados merecm, ou não, serem certificados, caso afirmativo, às respectivas garrafas é atribuído o selo de garantia da CVPRS.

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