Aldeia
de Castanhos
Conta-nos
o padre Manuel de Sousa que: « (...) seguindo a lógica de
formação das aldeias nos sécs. XIV e XV, Castanhos devia ser
nome duma familia, de que ainda não foram encontradas
informações.
Segundo outra lógica, a zona seria um souto
de castanheiros bravos (castanhos) aqui existentes (e do
qual alguns imponentes exemplares ainda restam na contígua
Quinta das Torres) que tenham dado nome ao povoado, a
exemplo talvez, segundo a mesma teoria, da Aldeia da
Nogueira, Villa do Freixo e Aldeia dos Pinheiros. Será?
Nesta aldeia existiu a igreja de Nossa
Senhora dos Remédios, que foi transformada há anos em
armazém e hoje é uma casa particular. Tinha feito parte, há
séculos atrás, do recolhimento do Jesus Bom Pastor, extinto
no tempo de D. Jorge, Duque de Coimbra, quando este
transferiu as freiras dominicanas que estavam instaladas
nessa localidade para o convento de São João, que fundara em
Setúbal.
Três familias marcaram esta aldeia: os Gomes
de Oliveira; Pegado de Valadares e Cerqueira.
A familia Gomes de Oliveira deixou-nos
Joaquim Pedro Gomes de Oliveira, estadista e escritor, que
morou em Oleiros, António Maria de Oliveira Parreira,
professor e escritor, e outros. O nome de Estevão Pegado de
Valadares encontra-se entre os descobridores da Flórida, no
Novo Mundo. Os Velosos Cerqueiras, foram ligados à Casa de
Aveiro.
Numa crónica recente de Guilherme de
Oliveira Martins, são citadas algumas curiosidades sobre a
permanência de ilustres membros da sua família, em
Castanhos, nomeadamente sobre o historiador Joaquim Pedro de
Oliveira Martins.
O grande naturista José de Anchieta, teve
casa em Castanhos. Provavelmente , sua mulher aqui viveu,
enquanto o cientista e explorador permaneceu em terras
africanas na sua grandiosa tarefa.