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A região de Lisboa e Setúbal (o ponto indica a região de Azeitão)
Há vestígios de presença humana no espaço
que hoje constitui Portugal desde tempos longínquos que remontam
ao Paleolítico e ao Mesolítico.
A revolução neolítica terá começado
no ocidente da Península Ibérica no V milénio a.C.
mas só mais tarde foram introduzidas as tecnologias baseadas no
cobre e no bronze, ao mesmo tempo que se generalizavam a agricultura e
a pecuária.
A partir do séc. VIII a.C. este espaço foi sucessivamente
invadido por Celtas, Fenícios, Gregos cujo tipo étnico se
encontra reflectido no povo português. De invasões posteriores
de Cartagineses, Romanos e Muçulmanos subsistem traços civilizacionais
e culturais importantes de que a língua portuguesa, derivada do
idioma trazido pelo invasor romano, o latim, é o exemplo mais expressivo.
À conquista muçulmana seguir-se-ia, transcorridas algumas
décadas, a Reconquista cristã, que progrediu de norte para
sul e teve como um dos seus principais protagonistas D. Afonso Henriques,
1º rei de Portugal
Ainda que a reconquista cristã tenha terminado apenas em 1249,
a nação portuguesa nasceu em 1143, o que lhe confere o estatuto
de um dos mais antigos estados-nação da Europa, com fronteiras
estáveis há mais de setecentos anos.
Situado no extremo ocidental da Europa, Portugal Continental ocupa uma
área de 89 000 Km2 (561Km2 de comprimento, 218Km2 de largura, 823Km2
de costa atlântica e 1215Km2 de fronteira terrestre com Espanha).
Portugal insular, ocupa uma área de 3102 Km2., compreendendo os
arquipélagos da Madeira e dos Açores situados no Oceano
Atlântico, com o estatuto de regiões autónomas.
No continente asiático: o território de Macau, encontra-se
sob Administração Portuguesa até Dezembro de 1999
e o território de Timor-Leste, de que Portugal é potência
administrante, encontra-se ocupado ilegalmente pela Indonésia.
Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade
da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção
de uma sociedade livre, justa e solidária (art.1º da Constituição
da República ).
São órgãos de soberania o Presidente da República,
a Assembleia da República, o Governo e os Tribunais.
O Governo é o órgão de condução da
política geral do País e o órgão superior
da Administração Pública.
Portugal acompanha a França, a Holanda, o Reino Unido, a Itália,
a Espanha, o Luxemburgo, a Alemanha, a Dinamarca, a Irlanda, a Bélgica,
a Grécia, a Áustria, a Suécia e a Finlândia
na União Europeia.
O Português, língua derivada do chamado latim vulgar (latim
falado, não erudito) trazido pelo invasor romano é uma das
mais importantes marcas deixadas pela civilização romana.
Língua muito difundida é falada não só na
Europa (Portugal, Madeira e Açores) como no espaço extra-europeu
(Brasil, Angola, Moçambique, S. Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Macau e Timor).
Em língua portuguesa se ergueu uma das mais antigas e pujantes
literaturas da Europa. Com efeito, desde o séc. X - XI, que a lírica,
a narrativa de viagens (graças aos Descobrimentos), o texto histórico,
o teatro, a épica e a ficção falam português.
Tudo começou com a "cantiga de amigo", uma forma de poesia
lírica com raízes nos cantares populares e uma alternativa
à lírica "occitana" dominante nos meios cultos
da Idade Média. Depois vieram os livros de cavalaria, as narrativas
de viagem, o Teatro, a épica do grande Camões
Grandes figuras da literatura portuguesa, se vêm impondo ao mundo:
Camões, Gil Vicente, Fernando Pessoa são três nomes
entre muitos, traduzidos em todas as línguas, veículos literários
do génio português já reconvertidos em património
cultural da humanidade. Uma tão enorme literatura para um país
tão pequeno
Culminando nos dias de hoje com um prémio Nobel da Literatura
- Saramago - como reconhecimento internacional justo do poder cultural
da língua e literatura portuguesas
E não esquecer as grandes literaturas em língua portuguesa
do Brasil e dos cinco países lusófonos africanos.
E em língua portuguesa se enformou e esteou uma das mais criadoras,
diversificadas e poderosas músicas populares do Velho Continente.
Hoje começa a reconhecer-se no Mundo o valor desta música.
Grandes poetas dão voz a grandes criações musicais
veiculadas por grandes intérpretes que impõem a sua autenticidade
no fado e noutros géneros de música popular.
Graças à preservação da melhor música
tradicional criada pelo génio do povo, graças ao seu tratamento
criterioso e ao aproveitamento dos ritmos e harmonias novas que vão
surgindo. Portugal é um dos países que neste campo mais
se impõe e constitui uma alternativa à invasão cada
vez mais avassaladora de formas musicais estandardizadas e tantas vezes
alheias ao sentir do homem europeu.
A religião cristã (catolicismo) é dominante, mas há em Portugal liberdade religiosa, que se traduz na existência de diversos locais de culto - igrejas, mesquitas, sinagogas, etc - nos principais centros urbanos.
Apesar da situação geográfica atlântica, Portugal
revela, sobretudo, traços mediterrânicos, não só
no clima como noutros aspectos pertinentes ao espaço físico
e vida económica e social.
Esses traços tornam-se mais perceptíveis à medida
que se progride no sentido do Sul do País.
Do ponto de vista climático, genericamente, Portugal apresenta
um Verão seco, quente e sem chuva, e um Inverno relativamente ameno,
em que os dias de chuva sucedem com irregularidade. Contudo, existe uma
diferenciação entre o Norte e o Sul do País: a norte,
os índices de precipitação e de humidade são
mais elevados.
Quanto ao relevo, pode dizer-se, em geral, que no Sul predominam as terras
baixas, enquanto as zonas montanhosas ocorrem no Norte.
O número de residentes é 10 milhões, aproximadamente,
sendo quase todos portugueses.
O número de estrangeiros não deverá exceder cem mil,
sendo na sua grande maioria provenientes de países lusófonos:
PALOP (países africanos de língua oficial portuguesa) e
Brasil.
A densidade populacional é de 110 hab./Km2.
Na altura da sua expansão marítima, séculos XV/XVI,
Portugal contava cerca de 1 milhão de habitantes. O grande crescimento
populacional verificou-se no período 1860-1960, em que a população
duplicou.
A década de 60 e início da de 70 caracterizaram-se pelo
fenómeno da emigração, direccionada principalmente
aos países industrializados da Europa Ocidental, tendo-se saldado
por um decréscimo populacional.
A partir de 1974, o processo de descolonização posto em
execução por Portugal nos territórios africanos e
consequente retorno de portugueses que aí se tinham radicado, bem
como a regressão do fenómeno migratório, provocaram
novo crescimento da população portuguesa.
O povoamento evidencia a concentração da população
numa faixa litoral que se estende do Norte do País até à
zona de Setúbal e em alguns concelhos do Algarve.
Tal concentração derivou especialmente da deslocação
das populações do interior rumo ao litoral, seduzidas por
melhores condições de vida nele encontradas. Regista-se,
porém, uma tendência de inversão do fenómeno,
com a criação de alguns eixos de desenvolvimento no interior
e melhoria das acessibilidades, quer pela construção de
infra-estruturas rodoviárias, quer pelo aperfeiçoamento
do sistema de transportes.
Após um período em que foram experimentadas grandes dificuldades
- subsequente à revolução de 1974 -, o País
empreendeu reformas e superou gradualmente a crise económica, tendo-se
tornado Estado-membro da CEE em 1986.
Nos últimos anos, Portugal tem conseguido bons resultados na esfera
económica, mormente no plano das finanças públicas,
do nível de preços, do crescimento económico e do
emprego.
Externamente, o efeito mais relevante desse resultado terá sido
a inclusão do País no conjunto de Estados-membros da UE
participantes no Euro, a nova moeda europeia.
Crescimento Económico, Desemprego e Inflação
1995 1996 1997
PIB (tvr em %) 2.4 3.6 4.0
Taxa de desemprego (média anual) 7.2 7.3 6.7
Inflação/IPC(tvm em %) 4.1 3.1 2.2
Fonte: Banco de Portugal
A moeda em circulação é o Escudo .
No entanto, Portugal é um dos países que, a partir de 2002,
substituirão a sua moeda nacional pelo Euro, que actualmente existe
apenas sob a forma escritural.
Taxa de conversão: 1 Euro = 200.482 Escudos.
No quadro da economia portuguesa, o turismo reveste-se de grande importância
haja em vista, nomeadamente, os seguintes indicadores: produto gerado
(8% do PIB); volume de emprego do sector (trabalho-intensivo), estimado
entre 5 e 6% da população activa, considerando somente os
ramos directos; receitas cambiais provenientes das actividades turísticas
e impacte da balança de turismo na balança de serviços.
Por outro lado, há previsões de que o turismo venha a tornar-se,
em futuro próximo, a principal actividade económica a nível
mundial, referindo a Organização Mundial de Turismo que
as receitas do turismo mundial poderão atingir os 2 biliões
(10^12) de dólares do EUA no ano 2020.
A conjunção destes factos explica o acompanhamento que o
sector vem merecendo no plano governamental.
Em Portugal, o alojamento, a restauração e a actividade
das agências de viagens são os responsáveis de cerca
de 2/3 do VAB da actividade turística.
No conjunto daqueles ramos, predominam as pequenas empresas (nº de
trabalhadores inferior a 20), que representavam 98% das empresas em actividade
e constituídas até 1995 e, nesse ano, absorveram 61.4% da
facturação total. Todavia, considerando somente a hotelaria,
as pequenas empresas facturaram nesse ano 21.8% do total.
Rica, variada, denota a influência
mediterrânica.
Há pratos de relevância nacional, com pequenas variantes
ditadas pela zona do país onde são confeccionados; outros,
são característicos de determinados locais, relacionados
com recursos neles existentes.
Dos pratos nacionais, saliência, em primeiro lugar, para o substancial
cozido à portuguesa, repleto de carnes, enchidos, legumes.
Pratos relevantes são os baseados no bacalhau, cozinhado de múltiplas
maneiras.
Num país que dispõe de tão vasto litoral e que no
mar busca seu sustento, realce também para a caldeirada, feita
segundo variadas modas, consoante a zona da faina.
Considerando os pratos de cariz regional, principia-se referenciando
os confeccionados de lampreia (vg. arroz de lampreia) ou enguia, peixes
que subsistem em alguns rios do Norte do país.
Conhecida especialidade do Ribatejo é a sopa de pedra.
No Alentejo, a despeito dos parcos recursos disponíveis, a inventiva
popular permitiu a criação de pratos com originalidade salientando-se,
dentre eles, a sopa de poejos ou de beldroegas ou a açorda à
moda do Alentejo.
Na zona do Algarve, os pratos típicos baseiam-se em ingredientes
marinhos: sopas (peixadas), arroz de langueirão, de berbigão,
de polvo...
Contudo, é talvez no domínio da doçaria que a gastronomia atingiu seu maior esplendor. Com uma tradição muito antiga, de vários séculos, remontando à confecção de doces nos Conventos, surpreende que um País de pequena dimensão proporcione aos apreciadores tamanha variedade de iguarias.
O clima e o solo privilegiados, aliados à utilização de castas de uvas tradicionais e ao cuidadoso desvelo que aos portugueses merece o fabrico dos seus vinhos, conferem a estes produtos características muito próprias, que os tornam motivo de especial atracção para os paladares mais apurados. Alguns vinhos granjearam justo reconhecimento internacional, como o vinho do Porto, considerado um dos melhores do mundo.