CASTELO DE SESIMBRA

Entre o Mar e a Serra

Situado num morro sobranceiro à actual vila de Sesimbra, o castelo está cercado pelas montanhas do maciço da Arrábida, com excepção para uma abertura a sul, donde se avista o mar e parte da vila.

Não é conhecida a origem da ocupação do local onde hoje se ergue o castelo. Durante a época muçulmana foi aí construído um castelo que protegia os agricultores das férteis terras envolventes. Pouco guarnecido e à margem das grandes rotas defensivas, foi tomado por D. Afonso Henriques após a conquista de Palmela.

Aí foi colocada uma pequena guarnição de soldados portugueses que em 1190, perante a notícia da conquista do castelo de Alcácer do Sal e o avanço para norte dos exércitos do Califado Almoada, abandonou o castelo que veio a ser por estes tomado e arrasado.

Em 1200, o rei D. Sancho I recupera definitivamente Sesimbra para a coroa portuguesa e manda reerguer o castelo.

Em 1201, o rei concede foral aos moradores com o objectivo de fomentar o povoamento das terras. Em 1236, D. Sancho II entrega o castelo à Ordem de Sant'Iago.

Em 1323, o rei D. Dinis concede novos privilégios a Sesimbra e terá possivelmente mandado efectuar melhoramentos no castelo.

Em 1384, há notícias de que durante o cerco castelhano a Lisboa, uma parte dos navios da frota do rei de Castela, fundeados no Tejo, fizeram uma investida sobre Sesimbra danificando o castelo e roubando "cousas que tomar puderam" (Fernão Lopes, crónica de D. João I).

O burgo (póvoa marítima desde meados do séc. XIII) absorve sucessivamente a população do alto (do castelo) que vai sendo atraída pela riqueza do mar, abandonando definitivamente o castelo no séc. XV.

Em 1516, por ocasião da visita feita ao castelo pelo mestre da Ordem de Sant'Iago, D. Jorge de Lencastre, já a torre de menagem ameaçava ruína.

Em 1640, são instalados os revelins que tiveram pouca eficácia do ponto de vista militar e em nada contribuiram para a sua revitalização.

Com o terramoto de 1755, o que restava do castelo ficou ainda mais arruinado.

Nos anos 30/40 foi restaurado pelo Estado.

Elementos arquitectónicos

O castelo conserva ainda hoje os dois elementos fundamentais da fortificação medieval: a muralha e a alcáçova. A muralha, forma um polígono irregular que se aproxima grosso modo de um triângulo bem adaptado à topografia do terreno.

A entrada fazia-se através da porta do sol, assim designada por estar virada a nascente. Esta porta guarnecida por duas torres era servida por uma estrada de acesso à vila de que ainda se conservam vestígios da calçada. No lado poente, encontramos a porta da Azóia encoberta por um revelim. No interior do perímetro amuralhado evidencia-se a alcáçova de planta quadrada cujo acesso se faz por uma porta de traça românica ladeada por dois cubelos. Desemboca na praça de armas, onde encontramos uma cisterna e uma escadaria que nos conduz à torre de menagem e ao adarve que datará da época de D. Sancho I, como toda a alcáçova.

A nascente, encontramos uma torre de vigia, actualmente fechada e que possivelmente terá sido mandada erguer por D. Dinis.

Ao longo da muralha, são visiveis os revelins para instalação de canhões, construídos na época de D. João IV.

Ainda no interior da muralha, ressalta-se a existência de mais duas cisternas, a nascente e a poente, as ruínas das casas dos vereadores que ainda funcionavam nos inícios do séc. XVI e a igreja de Santa Maria do Castelo que remonta a 1160 e restaurada em 1721 conforme inscrição no portal principal.

Actualmente o acesso ao castelo faz-se por um rasgo na muralha norte, estando permanentemente aberto aos visitantes.


informação retirada do site da Costa Azul

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