Kansas City -- City of Fountains
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Fonte dos Pasmados

 

Fonte de Aldeia Rica

 

Fonte de Oleiros

 

Chafariz de Vila Fresca

 

mapas

 

 

“Havia fontes na montanha.

Mas estavam fechadas.

Ignoradas,

beijavam só as veias da montanha.

 

Ora um dia

não sei que vento passou

que me ensinou

aquelas fontes que havia.

 

Eu tinha mãos e mocidade ;

só não sabia pra quê.

Fez-se nesse momento claridade.

 

Rasguei o ventre dos montes

e fiz correr as fontes

à vontade.

 

Então

veio quem tinha sede e quem não tinha.

De todas as aldeias

vieram, cantando as moças

encher as bilhas.

E eu fui também cantando ao som das águas ...

 

Cantavam as minhas mãos, cantavam as fontes.

Era um canto jucundo,

cheio de Sol.

Mas a meio da nota mais alegre

muita vez uma lágrima nascia.

 

( Ai quantos, quantos,

minha canção tornava mais conscientes

da sua melancolia

sem remédio !

Ai os que já perderam a coragem

de reclamar a sua conta de água !

Ai a mágoa

que lhes era meu hino !

Ai o insulto desumano

à sua melancolia !)

 

Era a meio do canto que surgia

seu travo amargo ...

 

Mas a meu lado, as águas

iam matando a sede de quem vinha ....

            (Sebastião da Gama)

Fontes na região

por Joaquim Oliveira

 

Tomando em conta a referência ao topónimo local “Aqua Bona” (Água Boa) inserto num códice do séc. X , da Biblioteca de Paris, poderemos inferir que a abundância e a qualidade das águas potáveis desta área da região de Azeitão é conhecida desde tempos imemoriais.

Aqua Bona, seria - segundo alguns reputados historiadores - a antiga localidade denominada  Coina a Velha. Entre os que perfilham esta tese encontra-se o Padre Manuel Frango de Sousa, que no extinto “Jornal Azeitonense” escreveu, a este respeito  o seguinte “ ... Depois de estudo atento, não se pode deixar de identificar Equa Bona (a evolução do topónimo Aqua Bona para Coina deveria ter sido, mais ou menos, assim : Equa Bonna  - Quabonq - Quaona - Quona - Qouna - Couna - Coina) com Coina - a Velha ... “, povoado que segundo o mesmo pároco, seria uma das “estações” de uma das vias militares romanas de Lisboa a Mérida a qual teria o itinerário seguinte: Olissipone - Equabona - Cetóbriga - Caeciliana - Malececa - Salácia Ebora  - Ad adrum flumem  - Dipone - Evandriana - Emerita .

De igual forma pensa o historiador Mário de Sá no tomo VI da sua obra “Itinerário de António Pio”  quando escreve que “ ... Exacta é a posição de Equabona em Coina a Velha onde houve uma remota localidade romana ... “

Outra referência escrita, antiquíssima, onde aparece o termo “água”, alusivo a terras de Azeitão, é a que consta na carta do Rei Dom Pedro I, datada de 1366, pela qual este monarca concede a Azeitão o privilégio de ter Juiz. De uma cópia do documento transcreve-se o seguinte : “(...) Tenho por bem e mando que aia hy hum juiz ... que o dito juiz que for morador em Azeitã ouça hy determine todollos  fetos dos moradores da diata comarca e daqueles que som e forem moradores  deagua  dolerys  que tra. Pallmela e pelo cume da serra das portelas que tra. con na a nova ... “    

            Igualmente antiquíssima, (rodeada de lenda, mas de referência obrigatória) são as diversas citações sobre as cisternas do “Castelo dos Mouros”, na vertente norte da Serra da Arrábida, das quais, em lugar próprio se trata com mais pormenor. 

Relativamente mais recente, há uma outra informação: a de Dom Manuel Caetano de Sousa, datada de 1726, que nos refere onze locais da região de Azeitão onde as respectivas populações se abasteciam de água :   ( in ,“Arrábida” - Dr. Cortez Pimentel)

 

Rio de São Simão

Fonte de São Simão

Fonte do Pereiro

Fonte do Paço

Fonte do Gonçalo

Fonte de Oleiros

Fonte de Aldeia Rica

Fonte de Aldeia Nogueira

Fonte da Torre da Quinta de Pavolide

Fonte Santa de Aldeia dos Irmãos

Fonte de Coina-a-Velha

Fonte do Porto da Arrábida

            Ainda segundo a mesma informação : “(...) As freguesias de São Simão e de São Lourenço eram limitadas por um ribeiro que, correndo da Fonte do Pereiro, afluía no rio de São Simão e, por intermédio deste, no rio Coina ...”

O Padre Cardoso, em 1747, a propósito da água de Azeitão, escrevia, para o Dicionário Geográfico:

- ”(...) He este limite abundante de aguas sadias, e preservativas do achaque de pedra ...” 

Dentro desta linha de raciocínio, e sabendo-se que houve ocupação humana, em terras de Azeitão, desde o calcolítico, passando pelas colonizações  fenícia, romana e árabe, poderemos deduzir que, tais povoados dependeram -  entre outros - de recursos de água potável. Como tal, abordarei, sumariamente, o registo da presença destes nossos antepassados, como colonos e, obviamente, como consumidores (mais tarde com seus gados) deste precioso bem, o qual, ainda hoje, quer na serra quer na planura, abunda, brotando de nascentes de superfície ou subterrâneas.

 



 
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